quinta-feira, 19 de abril de 2012

RECADO


Tenho as palavras sobrepostas
A falar de um mundo que não gosta
Do que é.
Minha preferência
É pela ausência;
Só assim, eu me distraio.
Anote um recado
De quem pensa:
Um tubo de ensaio
Não controla a experiência.
Ao fazer ciência,
O mundo é falho.

MALDOSOS


Sinto minha sombra cativa
Ao sol ameaçado pela noite.
Tenho a pele ferida,
Contorcida pelo açoite.
Doem meus ossos.
Numa terra prometida,
Num deserto sem saída,
Então, choro
Por saber que foi mentira
De velhos teimosos.
Calcinado pelo tempo,
Relegado ao esquecimento
De quem gosto.
Acredito em palavras
Que dizem ter a alma
Que sentir remorsos.
Tristes moços
De cabeças decepadas
Pelas tradições lendárias
De seus ancestrais
Maldosos.

PERVERTIDO


Morro
A cada instante de orgasmo.
Abro
Meus braços tal um sacrifício.
Entrego-me ao vício
De um deus pagão
E ao coração,
Eu faço prece.
O amor aquece
Minha carne
Enquanto em fogo, arde
A minha alma
Condenada ao inferno
Do meu sexo
Pervertido.

VERDADEIRA INTIMIDADE


Eu não suporto
O cinismo humano
Na sua filantropia,
Na sua caridade,
Na falsidade
De um ingênuo plano
De plena liberdade.
Nessa necessidade de querer ser visto,
De ser benquisto
Enquanto pratica maldade
Com o seu próximo,
Que quanto mais próximo,
Mais coloca em risco,
Sua verdadeira
Intimidade.

sexta-feira, 13 de abril de 2012

QUASE NADA



Minha mente está vazia,
Onde havia
Consciência e discernimento.

Quis o tempo
Apagar o que escrevia
O meu tosco pensamento.

Solitário e em silêncio
Emudeço em palavras.
Sem palavras, enlouqueço.
E o que lembro de mim mesmo,
É quase nada. 

SOMOS NÓS DOIS

 Saímos de casa a sós, A procura de nós mesmos. Encontramos um ao outro, Sem temores, nem segredos. Na união de nós dois, Vislumbramos um ca...