quinta-feira, 26 de maio de 2011

MALTRAPILHO

Há de ser somente para mim,
o segredo dessa mãe que chora,
desde outrora,
num pranto sem fim.
Noite sem fim,
até a hora da aurora.
Hei de ser, quem sabe,
maltrapilho
que se deita sob a laje morna.
De um lado,
silencioso trilho
e do outro,
uma velha escora.
Adormeço.
Em meu sono esqueço
que sou eu,
o que foi embora.
Amanheço,
então reconheço
minha mãe, agora.
Eis que sou,
um jovem aborrecido,
que inominado maltrapilho,
acorda.

VERSÃO REFRATADA

Quantas vezes eu tive
que mergulhar no sorriso
para fugir do abismo
que é o existencialismo
de mim mesmo.
Quantos pueris desejos
entre prosaicas conversas.
Quando nada interessa,
meu mundo me dá medo.
Eu sou apenas ensejo
que o acaso consagra.
Uma versão refratada
na ilusão do que vejo.
Quando não me percebo,
é sinal de que eu mesmo
sou a soma do nada.
 

SOMOS NÓS DOIS

 Saímos de casa a sós, A procura de nós mesmos. Encontramos um ao outro, Sem temores, nem segredos. Na união de nós dois, Vislumbramos um ca...