quarta-feira, 19 de outubro de 2011

LEVIANAMENTE SÓ


Por mais que eu me castre
Da volúpia de minha carne,
Não sou eu mesmo,
É minha parte
Que ainda arde
De desejo.
Por mais que meus apelos
Me afastem
De obscenidades,
Eu anseio
Pela promiscuidade
De meus beijos.
Por mais que eu mantenha em segredo
A excitação que sei de cor,
Eu continuo em mim,
Levianamente só. 

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

AO CAIR DA NOITE


A noite cai.
Fecham-se portas e janelas.
Ninguém mais sai.
São apenas os ais
De suas novelas.
Pois lá fora,
A essa hora,
O perigo os espera.
Quando amanhece, se revela
Nas colunas dos jornais,
Crimes brutais
Nas ruas próximas às favelas.
Quem são os tais?
Quem eram elas?
A resposta,
Sempre suposta,
Não interessa.

sábado, 1 de outubro de 2011

BOQUIABERTO


Na cidade de minha morada, 
Sempre estou boquiaberto. 
As pessoas não levam a sério, 
As leis sancionadas. 
O pedestre confunde a calçada 
Com o meio da rua; 
Ainda usa e abusa 
Dessa prática arriscada. 
O semáforo já não vale nada, 
Sendo verde, vermelho ou amarelo 
É invenção descartada. 
O pedestre que morre na faixa 
É chamado de cego. 
Considera-se certo, 
O suborno ao guarda. 
Contramão se tornou mão usada. 
Proibido parada 
É onde para o esperto. 
Nesse trânsito caótico, o remédio 
É ser muito discreto 
E fingir não ter mérito, 
Nem vergonha na cara.

SOMOS NÓS DOIS

 Saímos de casa a sós, A procura de nós mesmos. Encontramos um ao outro, Sem temores, nem segredos. Na união de nós dois, Vislumbramos um ca...