quinta-feira, 26 de maio de 2011

MALTRAPILHO

Há de ser somente para mim,
o segredo dessa mãe que chora,
desde outrora,
num pranto sem fim.
Noite sem fim,
até a hora da aurora.
Hei de ser, quem sabe,
maltrapilho
que se deita sob a laje morna.
De um lado,
silencioso trilho
e do outro,
uma velha escora.
Adormeço.
Em meu sono esqueço
que sou eu,
o que foi embora.
Amanheço,
então reconheço
minha mãe, agora.
Eis que sou,
um jovem aborrecido,
que inominado maltrapilho,
acorda.

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