terça-feira, 17 de janeiro de 2023

TALVEZ SEJA A ÚLTIMA NOITE

    Da janela que se abre,

Não me interessa a rua.

E a casa ainda escura,

Já não me cabe.

Talvez seja muito tarde

Para escolhas taciturnas.

Minha dor não me situa,

Por sofrer em qualquer parte.

Quem espera, não me aguarde.

Não me guardo em reserva,

Sou o pouco aqui deixado,

Mal ocupo um espaço

Nessa vida que me resta.

SOTURNO

O que fiz dos meus dias?
Fiz deles noites que não dormi bem.
Noites escuras e frias,
Que viraram dias, também.

NOS MEUS ATOS

Nos meus atos,
Eu desfaço desafetos
Que detesto por acaso.
Meus afetos,
Os afasto por descaso.
Ou no caso é o inverso,
Eu desfaço meus afetos
Nos meus atos
E afasto os desafetos
Por descaso?

SOMOS NÓS DOIS

 Saímos de casa a sós, A procura de nós mesmos. Encontramos um ao outro, Sem temores, nem segredos. Na união de nós dois, Vislumbramos um ca...