segunda-feira, 2 de julho de 2012

ALMA NEGRA



Somos os fantasmas
Que caminham assombrando nossas almas
Com nossas armas,
Nosso ópio, nosso ódio,
Nossos mitos, nossos ritos, nossas falhas.

E cada um com sua face pálida
E sua alma negra
Que mais se assemelha
Àquele que afasta.

Basta.
Essa gente gosta
De sentir-se oposta.
E no fim, se iguala.

AFOGADOS


Ela acorda cedo
Pra fugir do pesadelo
De ontem à noite.

Simplesmente apaixonou-se
Por um jovem marinheiro
Que a onda nunca trouxe.

O seu barco afundou-se
Nas profundezas do mar.
Com seu doce e meigo olhar,
Entre lágrimas, afogou-se.

Ela então, encaminhou-se
Para o velho cais.
Procurou até demais,
Lá por trás das docas.
Mas o porto não suporta
Os seus tristes ais
E até hoje, há sinais
De que ainda chora.

SOLITÁRIA


Ela se ajoelha e ora.
Ora diz amém
E chora.
Chora por alguém
Que ama.
Ama sem exigir troca.

Ela docemente olha.
Olha para sua santa.
Lentamente se levanta
A espera de resposta.

Tristemente, dá as costas
E caminha pela igreja
Entre velas que acesas
Iluminam à sua volta.

Ela chega até a porta,
Vê o mundo que há lá fora
E que tanto lhe espanta.

Mas mantém a esperança
De que mesmo sem resposta,
Ele está em segurança.

SOMOS NÓS DOIS

 Saímos de casa a sós, A procura de nós mesmos. Encontramos um ao outro, Sem temores, nem segredos. Na união de nós dois, Vislumbramos um ca...