Saímos de casa a sós,
A procura de nós mesmos.
Encontramos um ao outro,
Sem temores, nem segredos.
Na união de nós dois,
Vislumbramos um caminho,
Deixamos de andar sozinhos,
De esperarmos o depois.
Não sou eu, não é você, somos nós dois.
Saímos de casa a sós,
A procura de nós mesmos.
Encontramos um ao outro,
Sem temores, nem segredos.
Na união de nós dois,
Vislumbramos um caminho,
Deixamos de andar sozinhos,
De esperarmos o depois.
Não sou eu, não é você, somos nós dois.
E no silêncio, desperto,
De olhos abertos no escuro,
Uma silhueta procuro,
Você não está por perto.
E vivo no mesmo inferno
De solidão e sepulcro,
Ao rés do chão, em meu luto
De culpa, pena e tédio.
Na ilusão, um mistério,
O seu sumiço obscuro.
Na realidade, um descuido
Ao tentar levar a sério,
Uma relação sem remédio,
Sem salvação, sem indulto.
Se uma parte de mim se recusa
Ao que eu por inteiro permito,
Não consigo ser digno de culpa,
Nem desculpa, pedir admito.
Se ouvir um pedido de ajuda,
Se faz surda à premência do risco.
Não me interessa a rua.
E a casa ainda escura,
Já não me cabe.
Talvez seja muito tarde
Para escolhas taciturnas.
Minha dor não me situa,
Por sofrer em qualquer parte.
Quem espera, não me aguarde.
Não me guardo em reserva,
Sou o pouco aqui deixado,
Mal ocupo um espaço
Nessa vida que me resta.
Saímos de casa a sós, A procura de nós mesmos. Encontramos um ao outro, Sem temores, nem segredos. Na união de nós dois, Vislumbramos um ca...