quarta-feira, 11 de setembro de 2013

ESTOU SÓ




Lembro de um lugar perdido,

Era o único esconderijo de criança.

Vejo a tarde de domingo na distância,

Vejo a casa amarela,

O velho portão de ferro,

As manhãs no cemitério

Entre rostos desbotados,

O desfile dos soldados

Para a execução sumária,

O mosquito da malária

Estampado num cartaz,

Vejo às costas de um rapaz,

Um calendário,

Vejo as brigas de canário

No quintal de minha avó,

Vejo com saudade e dó,

As lembranças do passado,

Abro os olhos, desolado,

Pois ainda estou só.

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