Não me limito
ao pão de cada
dia,
ao revés de uma
moeda podre,
à extrema unção
do padre na
igreja,
à sobremesa
dada ao gato sob
a mesa,
à tristeza
nos olhos do
menino pobre
que pede ao nobre
a bebida de seu
pai alcoólatra.
Não me limito
a aceitar o
preconceito
como remédio
à minha falta de
zelo.
Não quero ser
feito
e nem fazê-lo,
apenas me
aborreço
com a hipocrisia.
Não me limito
à morrer de
alegria
quando estou à
frente
de um
multimilionário.
Não me limito
aos dias riscados
no calendário ,
às férias que
terei no deserto,
às fotografias
em cima de um
Dromedário,
à rosa preferida,
a D’ália,
mãe e rosa,
rosa mãe
e cheiro.
Não me limito
ao que compra o
dinheiro.
O meu orgulho,
herança de meus
pais.
O meu limite é
mais
que simples
gesto.
É indigesto
o meu depoimento.
Não me alimento
de rezas e
defuntos.
Sou para muitos
apenas ilusão
e sem razão.
Escova os seus
dentes
que não sorriem
na sua artificialidade,
assim o meu avô
gravou na sua
idade
um centenário de
recordação.
Não me limito
a ter a pretensão
de iluminar a lua
com uma lanterna
e não almejo
a ter uma vida
eterna
na altura de
minha volatilidade.
Não manuseio
cópias de mim mesmo
e não rateio
as contas dos
aposentados.
Não me limito
ao choro dos
desempregados
e não prometo
cumprir a minha
jura
quando jurei com
os dedos cruzados.
Não me limito
a colocar em dia
meus dias
atrasados.
Não me limito
ao pó debaixo dos
seus pés
ao que invés
de mim será você.
Não me limito
a individualidade
existencial,
ao bem,
ao mal,
posto que sou bem
mais que eu.
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