-Não importa quem
eu sou.
Antes de falar
meu nome,
não esqueça “o
doutor”.
Estudei na
capital,
não foi no
interior.
-Eu não quero ser
o tal,
sou apenas um
poeta,
me orgulho de
quem sou,
minha alma não se
aquieta
se em casa não
estou.
-Sou jovem e bem
sucedido.
Salvarei seu
coração
se ficar
comprometido.
Controlo a
emoção.
Salvo vidas, como
médico.
-O poeta é mais
modesto.
Só me lembro de
um poema
que evitou um
suicídio.
De coração não
entendo,
só quando muda o
sentido.
-Isso sim, não
faz sentido,
ter tanta
inspiração.
Se fosse um
grande poeta,
demoraria na
certa,
a fazer versos à
mão.
-Orgulhoso
ficaria,
se poetinha me
chamasse.
Muito mais fez o
Pessoa,
se o doutor mais
estudasse,
desse fato,
saberia.
-Não seja bobo, não
ria.
Não tem nada de
engraçado.
Sou um homem
respeitado.
Muita gente
rezaria
pela minha
companhia.
-Disso eu não
duvidaria.
Na hora da
precisão,
todo louco tem
razão ,
cada um com sua
mania.
-Sou um homem
preparado.
Por muitos sou
procurado,
quase todo santo
dia.
Estou sempre
acompanhado
por gente que tem
valia.
-Eu tenho por
companhia,
o silêncio e a
solidão,
ambos trazem
poesia
e entregam à
minha mão,
meu trabalho é
muito pouco,
basta que eu seja
louco
e escreva com
emoção.
- Finalizemos enfim,
essa nossa discussão.
Como eu sou o doutor,
prova que tenho razão.
- Não digo que sim, que não.
Digo com sinceridade,
como poeta sou louco.
Loucos, sei, não têm razão.
Mas doutor é muito pouco,
pra ser dono da verdade.
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