Eu
sou o único da casa
Que
não precisa de alma,
Que
não aceita doutrina.
Enquanto
estão todos na cozinha,
Eu
permaneço na sala.
Talvez
eu seja um fantasma,
Enquanto
a vida ainda é minha.
A
mãe se encontra sozinha,
Sob
uma cruz lapidada.
O
pai, às vezes, dá asas
A
sua fé repentina.
A
irmã mais velha se anima
Com
seus espíritos e carmas.
A
outra, a portas fechadas,
Reza
uma salve rainha.
Um
dos irmãos na esquina,
Grita
que o mundo se acaba.
O
outro, de casa em casa,
Testemunha
a própria sina.
Todos
permanecem ainda
A
procura de uma aura.
Eu
sou o único da casa
Que
não precisa de alma,
Que não aceita doutrina.
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